O Cawboy em Ação
Coeur d’Alene é hoje uma cidade conhecida pelo lago gigantesco que leva o seu nome, cujo comprimento é maior que o do Mar da Galiléia, e pela sua Floresta Nacional. Essa cidade faz parte do Condado de Kootenai, no Estado de Idaho, que faz divisa com o Estado de Washington. Em 1890, porém, se conhecia na região o distrito de mineração Coeur d’Alene, que se estendia também pelo que é hoje o Condado de Shoshone, uma região montanhosa imensa, cheia de vales e desfiladeiros íngremes e estreitos. Por toda essa região floresciam pequenas cidades habitadas principalmente por famílias de mineiros. Onde está agora a Rota 90, que corta a parte norte do Estado de Idaho, havia uma ferrovia que transportava diariamente minério e trabalhadores. Em alguns pontos essa ferrovia possuía braços que se estendiam por desfiladeiros secundários como os que levavam às cidades de Burke e Wardner. Na década de 1890 o distrito de mineração de Coeur d’Alene se transformou num verdadeiro barril de pólvora por causa dos constantes confrontos entre os trabalhadores e os donos das minas de prata e chumbo. Instigados pelos sindicatos os mineiros partiam para o ataque, transformando várias localidades num verdadeiro palco de guerra civil e de terrorismo. O ambiente de trabalho dos mineiros, naqueles anos, era extremamente complicado. Os salários era baixos, a jornada de trabalho longa e exaustiva e o trabalho sujo e perigoso. A sede de lucro dos empregadores gerava um clima de opressão e desentendimento e as greves e manifestações trabalhistas eram frequentes. Os empresários da mineração respondiam demitindo os grevistas e contratando mineiros não sindicalizados. O sindicato respondia aterrorizando ou até mesmo mandando matar os que não se aliavam ou que atrapalhavam seus planos. Não era raro ocorrerem confrontos armados e atentados com explosões de bombas. Durante a década de 1880 os mineiros da região se organizaram em sindicatos locais e os donos de minas se uniram em uma associação, a Mine Owners' Protective Association. As mineradoras estavam fazendo fortuna por volta do ano de 1891, quando começaram a instalar novas máquinas capazes de fazer o trabalho de perfuração e quando as ferrovias aumentaram os preços do transporte de minério. Os donos das mineradoras, não querendo ter perdas nos lucros, resolveram seu problema reduzindo os salários dos trabalhadores e aumentando-lhes a jornada de trabalho. Foi assim que em 1892 os mineiros entraram em greve reivindicando, entre outras coisas, salários condizentes com a jornada de trabalho. Os donos das mineradoras então anunciaram em outras localidades a existência de empregos, atraindo assim trabalhadores substitutos para as minas. Obviamente, eles não mencionavam nada nos anúncios a respeito das greves e os trabalhadores chegavam de trem sob os cuidados de uma estranha e inesperada guarda de segurança. Muitas vezes grupos de mineiros armados iam ao encontro dos novos contratados para fazerem com que estes não assumissem os postos de trabalho. Foi prevendo a possibilidade de terem maiores problemas com os trabalhadores que os donos das mineradoras contrataram a Agência Nacional de Detetives Pinkerton, que designou um dos seus agentes, Charles Angelo Siringo (1855 - 1928), para cuidar do caso.
|
