Lavando Roupas
Como inúmeras outras mulheres, Izabel casou-se desejando ter uma família feliz; mas as coisas não foram tão fáceis como ela esperava. Ainda nos primeiros anos de matrimônio uma terrível tragédia marcaria a vida de Izabel. Certo dia, seu filho menor, inda muito pequeno, entrou embaixo do caminhão do pai quando este estava saindo, sendo esmagado pelas rodas traseiras do mesmo e morrendo instantaneamente. Foi uma tragédia indescritível que deixou a família completamente arrasada. Os anos foram se passando e o casal teve vários filhos, de forma que Izabel foi quem teve mais filhos entre seus irmãos. Era comum naquele tempo uma família com muitos filhos. Mas as lutas de Izabel não terminaram. Muitos dizem que “a grama do vizinho parece ser mais verde” e seu esposo, levado pelas ilusões e enganos da vida, deixou-a com todos aqueles filhos para serem criados e partiu em busca de uma nova vida com outra mulher. Izabel sofreu muito. Ela viu seus sonhos desabarem estando rodeada por crianças inocentes que precisavam do seu amor e cuidado, mesmo que fosse uma tarefa quase impossível para ela criar os filhos e trabalhar para ajudar a sustentá-los. Mas ela era uma mulher de fé, “uma guerreira”, como a descrevem hoje os próprios filhos. Colocando em DEUS a sua confiança ela partiu para a luta, trabalhando o dia todo lavando roupas num tempo em que não havia máquinas de lavar. Izabel lutou de todas as formas que pode para sustentar os filhos e até para atender a outras pessoas que recorriam a ela em busca de ajuda. Para isso ela trabalhou até como “bóia fria” na roça. Durante vários anos Izabel enfrentou jornada dupla de trabalho: de dia lavando roupas o tempo todo e à noite limpando frangos para uma mercearia, atividade esta que, em muitas ocasiões, fez com que ela amanhecesse trabalhando. Sua luta foi maior do que poderia se esperar em circunstâncias semelhantes, pois, além dos filhos, ficou cuidando, no começo da separação, também do sogro, a quem seus filhos chamavam de “Pai Chico”. E não foram poucas as vezes nas quais algumas pessoas que estavam passando por dificuldades se dirigiam à casa dela porque só lá tinham chance de tomar “café da manhã”. Algum tempo depois uma das irmãs de Izabel, que também estava separada do marido, veio morar com ela a fim de que pudessem, juntas, lutar pela subsistência com mais facilidade. O tempo se passou e quando o filho mais velho de Izabel se casou passaram a ser três pessoas lavando roupas durante o dia e limpando frangos durante a noite: Izabel, sua irmã e sua nora. Posteriormente Izabel e esse filho mais velho conseguiram montar uma padaria, o que marcou uma nova fase na vida daquela família.
|
